A lesão foi grave. O regresso do Dan foi ainda maior.

The injury was big. Dan’s comeback was bigger.

Equipa Centr

A lesão foi grande. O regresso do Dan foi ainda maior.

Agosto de 2023. Dan Churchill, o especialista da Centr que nunca pára, prepara-se para um dos maiores desafios da sua vida: uma corrida brutal de alta montanha no Colorado, EUA.

Depois de meses de treino intenso e grande expectativa, Dan estava em alta — à frente do tempo previsto e cheio de energia… até que um instante de distração o fez abandonar a prova de muletas.

Como é que tudo correu tão mal? E como conseguiu recuperar em tempo recorde?

Falámos com Dan sobre a lesão, o processo de recuperação e as lições que aprendeu ao longo do caminho.

Dan Churchill a correr por um trilho de montanha no Colorado, junto a um lago.
Dan treinou durante 6 meses – em calor escaldante e frio extremo – para enfrentar o seu maior desafio até à data.

Leva-nos ao momento da lesão. Como é a Leadville Trail 100 Run?

A Leadville 100 é uma das corridas mais difíceis dos Estados Unidos. São 160 km em trilhos de montanha — nada de estradas planas. Em Leadville, podes ter as quatro estações no mesmo dia: calor, neve, chuva, vento… tudo.

Para piorar, a corrida começa a 3.000 metros de altitude — o que significa menos oxigénio e um esforço extremo para o corpo. É uma prova de ida e volta: 80 km até ao ponto de viragem e 80 km de regresso. Cada passo à frente é um lembrete de que terás de o repetir no caminho de volta.

Em 2023, apenas 42% dos participantes terminaram a prova — o que mostra bem o nível de dificuldade.

Paisagem de montanha durante a Leadville 100, com subidas e curvas acentuadas.
No início da corrida de 160 km em Leadville, o único caminho era… para cima.

O treino foi duro. Como te preparaste?

Treinei durante seis meses, incluindo corridas de 100 km, subidas com colete de peso, treinos em calor e frio extremos e sessões em altitude. Até corri partes do percurso real. É desgastante e consome completamente a mente.

A Leadville tem um limite de 30 horas. Se não regressares nesse tempo, és desclassificado. Isso significa correr — ou mover-te — durante 30 horas seguidas. É preciso uma força mental brutal.

Como estava a corrida antes da lesão?

Estava dois horas à frente do tempo necessário, com excelente ritmo e energia. Sentia-me bem. Mas ao subir o famoso Hope Pass, a cerca de 3.200 metros, tudo mudou.

“Passei do auge da euforia… para a frustração total e o cansaço emocional.”

Dan Churchill a correr por um trilho com pinheiros ao fundo.
Dan estava forte, mas o foco começou a falhar…

Conta-nos o que aconteceu.

Estava exausto mentalmente. Durante uma secção rápida de 100 metros, não vi uma pedra no chão. Pisei-a mal, ouvi um estalo enorme e caí. Senti logo que não era bom sinal.

A dor era intensa, mas a frustração ainda maior. Treinei meses para isto — e sabia que descer a montanha significava desistir. Continuei o máximo que pude, mas o tornozelo estava destruído. Ainda o torci outra vez ao tentar compensar. A certa altura percebi: não chegaria ao ponto de viragem a tempo, com uma perna só.

Foi devastador. Sentia-me culpado pela minha equipa, que tirou dias para me apoiar. E ali estava eu: exausto, com o tornozelo inchado como um balão, sem conseguir mover-me.

Mesmo assim não desististe?

Não. Fiz questão de continuar até ser desqualificado. Queria que fossem os árbitros a parar-me, não eu. Foi teimosia? Talvez. Mas prometi a mim mesmo que não desistiria.

Dan Churchill, de muletas, no final da Leadville 100.
Depois de atingir o auge, Dan terminou a corrida de muletas – desolado, mas determinado.

Como saíste dali, no meio das montanhas?

O ponto em que estava era inacessível à equipa. Só mais tarde souberam o que tinha acontecido. Fui transportado de shuttle e, quando os encontrei, cuidaram de mim. Mas confesso: estava de rastos.

O diagnóstico?

Rutura de grau 2 do ligamento talofibular anterior (ATFL). É o ligamento que liga o tornozelo ao pé e impede a torção lateral. Um grau 3 é rutura total; o meu foi uma distensão grave. O médico ficou surpreendido por eu ter andado mais de 20 km com aquilo.

Dan Churchill sentado com a sua equipa de apoio durante a Leadville 100.
O foodie mais feliz da Centr… por uma vez, sem apetite.

Nova Iorque não parece o melhor sítio para recuperar de uma lesão…

Foi terrível. Detesto depender de outros. E sem carro, não dava para fazer nada. Mas, por outro lado, isso obrigou-me a focar-me só numa coisa: recuperar. Foi uma lição enorme.

Como foi o plano de reabilitação?

O médico disse 10–12 semanas. Eu voltei a andar em 3, a correr em 5 e a treinar em 8. Fiz gelo, calor, terapia de luz vermelha, resistência com elásticos, mobilidade, compressão — todos os dias. Usei o Centr Recovery Kit e segui o plano à risca.

O treino de força foi crucial: trabalhei os músculos estabilizadores e reforço articular. A dor não me travou — pelo contrário, o movimento motivava-me. Três meses depois, corri a Maratona de Nova Iorque com recorde pessoal. Isso diz tudo.

Dan Churchill em estúdio, a usar o stick de massagem do Centr Recovery Kit.
Dan a trabalhar a recuperação com o stick de massagem do Centr Recovery Kit.

Como dormias durante a recuperação?

Mal! Acordava com o tornozelo a latejar. A minha namorada Milena fartou-se de me ver a rastejar até à casa de banho — hoje rimo-nos, mas na altura foi duro.

E a nutrição?

Fui meticuloso. Apostei em alimentos anti-inflamatórios e verdes. Um dos meus pratos de eleição era o Salmão Escalfado com Caldo de Côco e Curcuma — rápido, nutritivo e delicioso. A curcuma, o ômega-3 do salmão e os polifenóis do côco ajudaram imenso na recuperação e na imunidade.

Suplementos?

Tomei curcuma em cápsulas, cálcio e colagénio via caldo de ossos. Mas como diz a nossa nutricionista Angie — cada corpo reage de forma diferente. Lê o guia dela sobre suplementos antes de correres à loja.

Ficaste maluco por não poderes treinar?

Completamente. Ver o sol e não poder sair era tortura. Tentei ver séries — até comecei Game of Thrones — mas acabei a ver mais documentários desportivos e aulas de culinária. Fiz massa caseira todos os dias.

Perna lesionada de Dan Churchill com gelo e perna elevada no sofá.
Ponto de vista: estás lesionado e tentas ver Game of Thrones.

Houve algo positivo em abrandar o ritmo?

Sim. Redescobri o valor do descanso e da leitura — e até tive tempo para escrever o meu novo livro de receitas. Foi uma pausa forçada, mas necessária.

Como foi o primeiro treino de corrida após a recuperação?

Gravei-o! Estava tão feliz que tirei a t-shirt a meio da corrida pelo West Side Highway, em Nova Iorque. Recebi high-fives de pessoas que me seguiam nas redes — foi um momento surreal.

O treino mudou depois disto?

Adicionei rotinas de prevenção e treino mental. Agora leio alguns minutos antes de correr — ajuda-me a entrar no estado certo.

Se pudesses voltar atrás, 2 minutos antes da lesão, o que dirias a ti mesmo?

“Olha o chão, respira fundo, mantém o foco.”

Mas, sinceramente, não mudaria muito. A experiência tornou-me mais resiliente. A lesão foi grande — mas o regresso foi muito maior.

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